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quarta-feira, 14 de setembro de 2011

Continuando nosso estudos sobre o Japão... Preparação para a noite japonesa....


OS SAMURAIS

"Se você conhece o inimigo e conhece a si mesmo, não precisa temer o resultado de cem batalhas. Se você se conhece mas não conhece o inimigo, para cada vitória, sofrerá uma derrota. Se você não conhece nem o inimigo nem a si mesmo, perderá todas as batalhas..." - A Arte da Guerra, Sun Tzu

 O que há por trás dos mistérios do Oriente antigo? Quais são as razões por que tantos ocidentais têm procurado cada vez mais a sua sabedoria e os seus ensinamentos?

Aqui você saberá mais sobre os samurais, esses fantásticos guerreiros japoneses. O que os fez destacarem-se dos outros guerreiros antigos? Por que os seus feitos fascinam tanto os ocidentais? O que os tornou únicos? Qual a influência que eles deixaram para o povo japonês? A resposta dessas e de outras perguntas estão aqui.
Os samurais foram os guerreiros do antigo Japão feudal. Existiram desde meados do século X até a era Meiji no século XIX.
     O nome "samurai" significa, em japonês, "aquele que serve". Portanto, sua maior função era servir, com total lealdade e empenho, os daimyo (senhores feudais) que os contratavam. Em troca disso recebiam privilégios terras e/ou pagamentos, que geralmente eram efetuados em arroz, numa medida denominada koku (200 litros).
     Tal relação de suserania e vassalagem era muito semelhante à da Europa medieval, entre os senhores feudais e os seus cavaleiros. Entretanto, o que mais difere o samurai de quaisquer outros guerreiros da antiguidade é o seu modo de encarar a vida e seu peculiar código de honra e ética.
     Inicialmente, os samurais eram apenas coletores de impostos e servidores civis do império. Era preciso homens fortes e qualificados para estabelecer a ordem e muitas vezes ir contra a vontade dos camponeses.
     Posteriormente, por volta do século X, foi oficializado o termo "samurai", e este ganhou uma série de novas funções, como a militar. Nessa época, qualquer cidadão podia tornar-se um samurai, bastando para isso adestrar-se nas artes marciais, manter uma reputação e ser habilidoso o suficiente para ser contratado por um senhor feudal. Assim foi até o xogunato dosTokugawa, iniciado em 1603, quando a classe dos samurais passou a ser uma casta. Assim, o título de "samurai" começou a ser passado de pai para filho.
     Após tornar-se um bushi (guerreiro samurai), o cidadão e sua família ganhavam o privilégio do sobrenome. Além disso, os samurais tinham o direito (e o dever) de carregar consigo um par de espadas à cintura, denominado "daishô": um verdadeiro símbolo samurai. Era composto por uma espada pequena (wakizashi), cuja lâmina tinha aproximadamente 40 cm, e uma grande (katana), com lâmina de 60 cm.
     Todos os samurais dominavam o manejo do arco e flechas. Alguns usavam também bastões, lanças e outras armas mais exóticas.
     Eram chamados de rounin os samurais desempregados: aqueles que ainda não tinham um daimyo para servir ou quando o senhor dos mesmos morria ou era destituído do cargo.
     Os samurais obedeciam a um código de honra não-escrito denominado bushidô (caminho do guerreiro). Segundo esse código, os samurais não poderiam demonstrar medo ou covardia diante de qualquer situação.
     Havia uma máxima entre eles: a de que a vida é limitada, mas o nome e a honra podem durar para sempre. Por causa disso, esses guerreiros prezavam a honra, a imagem pública e o nome de seus ancestrais acima de tudo, até da própria vida.
     A morte, para o samurai, era um meio de perpetuar a sua existência. Tal filosofia aumentava a eficiência e a não-hesitação em campos de batalha, o que veio a tornar o samurai, segundo alguns estudiosos, o mais letal de todos os guerreiros da antiguidade.
     Talvez o que mais fascine os ocidentais no estudo desses lendários guerreiros é a determinação que eles tinham em freqüentemente escolher a própria morte ao invés do fracasso. Se derrotados em batalha ou desgraçados por outra falha, a honra exigia o suicídio em um ritual denominado haraquiri ou seppuku. Todavia, a morte não podia ser rápida ou indolor. O samurai fincava a sua espada pequena no lado esquerdo do abdômen, cortando a região central do corpo, e terminava por puxar a lâmina para cima, o que provocava uma morte lenta e dolorosa que podia levar horas. Apesar disso o samurai devia demonstrar total autocontrole diante das testemunhas que assistiam o ritual.
     A morte, nos campos de batalha, quase sempre era acompanhada de decapitação. A cabeça do derrotado era como um troféu, uma prova de que ele realmente fora vencido. Por causa disso, alguns samurais perfumavam seus elmos com incenso antes de partirem para a guerra, para que isso agradasse o eventual vencedor. Samurais que matavam grandes generais eram recompensados pelos seus daimyo, que lhe davam terras e mais privilégios.
     Ao tomar conhecimento desses fatos, os ocidentais geralmente avaliam os samurais apenas como guerreiros rudes e de hábitos grosseiros, o que não é verdade. Os samurais destacaram-se também pela grande variedade de habilidades que apresentaram fora de combate. Eles sabiam amar tanto as artes como a esgrima, e tinham a alfabetização como parte obrigatória do currículo. Muitos eram exímios poetas, calígrafos, pintores e escultores. Algumas formas de arte como o Ikebana (arte dos arranjos florais) e a Chanoyu (arte do chá) eram também consideradas artes marciais, pois treinavam a mente e as mãos do samurai.
     O caminho espiritual também fazia parte do ideal de homem perfeito que esses guerreiros buscavam. Nessa busca os samurais descobriram o Zen-budismo, como um caminho que conduzia à calma e à harmonia.

Família do Samurai

Agora que já temos uma noção geral do que era o samurai, vamos saber um pouco mais sobre a sua estrutura familiar.

A criança samurai

     Todo samurai considera ponto de honra ele próprio cuidar da educação de seus filhos, com a indispensável ajuda de sua esposa. A educação que a criança recebe por seus pais tem por finalidade moldar suas almas com os princípios da classe guerreira, tais quais: lealdade e devoção ao senhor, coragem, auto-disciplina e destemor da morte, para que assim os filhos do samurai se tornem dignos de seu nome.
     Desde os 5 anos de idade as crianças já aprendem a manejar o arco-e-flecha atirando contra alvos ou em caçadas, sob a orientação paterna. Posteriormente treinam também a equitação - indispensável ao bom samurai.
A educação possuía 2 ramos essenciais:
1 - Escrita chinesa e conhecimento de clássicos japoneses e chineses
2 - Manejo de armas
Shakuhashi     Aos 10 anos de idade, a criança ficava durante 4 ou 5 anos recebendo educação intensiva. Isso consistia no treinamento da caligrafia, matérias gerais e exercícios físicos. A noite era reservada para a poesia e a música (os samurais tocavam o shakuhachi, a flauta de bambu japonesa).
     A leitura consistia em crônicas de guerra, história antiga, coleções de máximas, etc., todos destinados a moldar uma mentalidade marcial no jovem samurai.
     Aos 15 anos, o samurai é reconhecido como adulto. Nessa idade ele passa pela cerimônia do gempuku, através da qual é confirmada sua nova condição adulta. A partir daí ele passa a portar também duas espadas de verdade à cintura e tem de obedecer ao bushidô (código de honra). Há também uma mudança em sua aparência, tanto no penteado como na forma de vestir-se.

A mulher do samurai

Pintura da era Edo     Na classe dos bushi, a mulher ocupa importantes funções, apesar de não possuir autoridade absoluta. Tem de cuidar da cozinha e das roupas de todos os membros da casa. Além disso, tem importante papel na educação das crianças: sua obrigação é incutir na mente delas os ideais da classe samurai e princípios básicos do budismo e confucionismo. Toda a educação dos filhos é supervisionada pelo marido.
     Quando o samurai não se encontrava em casa, o que acontecia com freqüência, a mulher assumia o controle do lar. Isso incluía, além dos trabalhos domésticos, a defesa do lar. Em tempos de guerra, se a casa do samurai fosse atacada, a mulher tinha por função defendê-la com as próprias mãos, usando uma espécie de espada denominada naginata.      Tal qual o samurai servindo ao seu senhor (daimyo), a mulher também tinha de servir ao seu marido, sendo fiel e compenetrada em suas funções. Crônicas de guerra da época nos contam sobre mulheres de samurais que, na defesa de seus lares, empunham armas, atiram com arcos e até mesmo acompanham os seus maridos em campos de batalha. Isso demonstra que elas possuíam grande sagacidade e coragem.
     Apesar de todas essas funções ditas "masculinas", a mulher do samurai não perde a sua feminilidade e vaidade. Cuidam com muito carinho de sua aparência; gostam de manter a pele clara, arrancam sobrancelhas, vestem-se com luxo e usam de cosméticos, tais quais o batom e o pó-de-arroz. Também era hábito das mulheres casadas pintar os dentes de preto.

Sucessão

      Por tradição, o herdeiro do samurai tende a ser o seu filho primogênito. Entretanto isso não chega a ser regra, pois o mais importante para o samurai é escolher o filho mais apto a ser bom guerreiro, e a defender o nome de sua família. Na ausência de um herdeiro homem, ou se o samurai achar que nenhum de seus filhos é digno de honrar o nome de sua família, ele pode recorre à adoção (chamada yôshi), geralmente de um parente ou genro.
     O processo de adoção existe desde a antiguidade do Japão, e surge da necessidade primordial do samurai de encontrar um herdeiro capaz de honrar e cultuar os seus antepassados, e proteger o nome e as posses de sua família contra eventuais rivais. O herdeiro tem por função sustentar seus irmãos e irmãs, que se tornam seus dependentes após a morte de seu pai.

Harakiri



     Harakiri é um dos mais intrigantes e fascinantes aspectos do código de honra do samurai: consiste na obrigação ou dever do samurai de suicidar-se em determinadas situações, ou quando julga ter perdido a sua honra. Significa literalmente "corte estomacal". Esse suicídio ritual também é chamado de seppuku, que é uma forma mais elegante de se dizer a mesma coisa.
     Várias circunstâncias podiam levar o samurai a praticar o harakiri. Entre elas:
- Como castigo e forma de recuperar a sua honra pessoal, uma vez que esta foi perdida em alguma atitude indigna do nome de sua família e de seus ancestrais;
- A fim de evitar ser prisioneiro em campos de batalha, pois era considerado imensa desonra entre os samurais se render ao adversário; assim, eles preferiam renunciar à vida do que entregar-se a mãos inimigas. Além disso, a rendição também não era uma boa escolha, pois os presos eram quase sempre torturados e maltratados;
- Em um ato de pura lealdade, o samurai chega a se matar para chamar a atenção de seu senhor (daimiô) a algo de errado que ele venha fazendo, advertendo-o. Alguns samurais também se suicidavam ao ver o declínio dos seus senhores, ou mesmo quando estes morriam, como forma de acompanhá-los eternamente e seguir o preceito de que um samurai não serve a mais de um daimiô em sua vida.
     O ritual do harakiri era praticado da seguinte forma:
     O suicida banhava-se, de forma a purificar o seu corpo e a sua alma e dirigia-se ao local de execução, onde se sentava à maneira oriental. Pegava então sua espada curta (wakizashi), ou um punhal afiado e enfiava a arma no lado esquerdo do abdômen, cortando a região central do corpo e terminava por puxar a lâmina para cima. Era importante o corte ser no abdômen, pois era considerado o centro do corpo, das emoções e do espírito para o povo japonês. Assim, o samurai estaria literalmente cortando a sua "alma".
     Importante também era para o samurai escrever um poema de morte, que era uma pequena composição poética onde o guerreiro deixava registradas as suas últimas impressões do mundo, algum desejo oculto ou simplesmente uma despedida formal.
     A morte por evisceração era lenta e dolorosa, e podia levar horas. Apesar disso, o samurai devia mostrar absoluto controle de si mesmo, não podendo dar sinais de dor ou medo.
     Ao lado do suicida ficava um amigo ou parente, o kaishakunin, que portava uma espada. Era uma espécie de assistente do ritual; se o samurai demonstrava não estar mais suportando a dor, o kaishakunin dava-lhe o golpe de misericórdia, decepando sua cabeça.
     Seria considerada imensa falta de respeito se a cabeça do samurai rolasse diante de seus parentes, que geralmente também assistiam à execução. Por causa disso o kaishakunin devia acertar o pescoço do samurai de modo a deixar a sua cabeça pendendo, para que esta não fosse degolada. Assim, o kaishakunin devia ser um exímio espadachim, pois não poderia falhar em sua atuação. Era uma função considerada honrosa.
     Tornou-se costume entre as famílias de samurais ensinar o filho homem, na véspera de ingressar na vida adulta, o modo exato de se praticar o seppuku.
     Nem sempre o ritual era seguido à risca com todos os seus detalhes. Em alguns casos extremos como em campos de batalha, onde não havia tempo para tais preparos, o samurai abandonava a vida apenas enfiando a espada em sua barriga.
     O primeiro harakiri registrado na história data de 1170, quando Minamoto Tametomo, figura quase lendária do clã Minamoto, suicida-se após perder uma batalha contra o também famoso clã dos Taira.
     O suicídio ritual tinha grande significado para o povo japonês. Vencendo o medo da morte, o samurai vencia também esse grande enigma da humanidade e destacava-se então das outras classes existentes na época. É esse mesmo espírito do samurai que levaram os pilotos suicidas (kamikases) a explodirem junto aos seus aviões durante a Segunda Guerra Mundial.
Infelizmente, ainda hoje o suicídio é visto por alguns japoneses como a melhor forma de se recuperar a honra perdida. Daí se explica o constante suicídio de empresários falidos, estudantes que não conseguiram bons resultados, etc... 

Bushidô



Pintura de Ebine Shundo     O bushidô era o código de honra não-escrito que orientava a vida e os atos da classe dos bushi (samurais). Literalmente significa "o caminho do guerreiro". Sua essência era passada oralmente de pai para filho, através das gerações. Por causa disso, não é possível definirmos uma data precisa em que ele foi criado. Pode-se apenas dizer que ele evoluiu de maneira mais acentuada após a conquista do poder pela classe dos samurais, no final do século XII.
     O bushidô consistia um dos mais importantes aspectos da vida do samurai. Apesar de não ser escrito, ele tinha força de lei na conduta dos guerreiros. Os seus aspectos serão apresentados de forma resumida a seguir.
     O maior princípio do bushidô é a busca de uma morte com dignidade. Em caso de opção entre a vida e a morte, escolher a morte. Entretanto, a morte não podia ser inútil, sem causa ou razão. O verdadeiro samurai devia estar decidido e preparado para morrer sem hesitar, em qualquer situação e a qualquer momento. O samurai acreditava que, dessa forma, ele e o bushidô se fundiriam numa coisa só. Assim ele poderia cumprir sem risco de falhas a sua missão na vida.
     A preservação da honra era a preocupação máxima do samurai. Isso incluía a sua honra pessoal, a honra de seus ancestrais e a honra de seu senhor. Havia uma máxima entre os samurais: a vida de alguém é limitada, entretanto o seu nome e a sua honra podem durar para sempre. Por causa disso a reputação do samurai era fonte de preocupação constante. Morrer e ser lembrado como um exemplo para futuras gerações, eis a questão.
     Uma vez que o samurai tenha ferido a sua honra com um ato indigno, ou quando comete uma falha imperdoável, tem por obrigação praticar o seppuku (suicídio ritual), como forma de recuperá-la.
     O samurai deve sempre carregar consigo o seu par de espadas (Daishô). A espada era o símbolo mais forte do samurai. Devia ser para ele a sua "alma", um espelho de sua personalidade.
     O samurai não deve nunca abandonar a sua coragem, que é inseparável de sua condição. Antes morrer do que ser taxado de covarde. O samurai devia, em um campo de batalha, avançar e lutar sozinho contra um exército de inimigos se a situação assim o exigisse.
     Outro aspecto importante do bushidô é que o samurai sempre deve agir com justiça. Ele deve ter sempre compaixão e benevolência com o mais fraco e o vencido. Entretanto, o samurai tinha o direito de executar qualquer pessoa hierarquicamente inferior que não o tratasse com o devido respeito.
      A mentira e a falsidade eram consideradas sinal de fraqueza de caráter pelos samurais. Assim, o samurai devia prezar pela sua palavra como forma de manter a honra.
     A cortesia, a polidez, a educação e as normas de etiqueta eram qualidades muito cultivadas pelos samurais virtuosos, e faziam parte do ideal de homem perfeito que eles buscavam. A alfabetização era fundamental, assim como os estudos gerais. Havia pouca distinção entre as artes marciais e as finas artes; as duas eram de igual importância.
Também era muito comum entre os samurais a noção de gratidão. Gratidão que se deve aos pais e as pessoas que de alguma forma o ajudaram. Essa gratidão é chamada Giri, palavra de vários significados, mas que no geral significa o dever que temos para os que nos deram algo. Daí se explica os grandes estipêndios dados aos samurais pelos daimyô, como forma de pagamento pelos seus serviços. Também eram normal entre os samurais tratarem com muita consideração os seus criados.
     Ao exercer uma função no feudo, o samurai deve entender plenamente a importância de seu cargo. E precisa dedicar cada dia de sua vida ao serviço de seu amo. A lealdade e o dever eram de suprema importância na relação do samurai com o seu superior, seja ele um daimyô (senhor feudal), o Imperador ou o próprio Xógum (ditador). A noção de lealdade chega a tal extremo que se torna comum um samurai praticar o seppuku a fim de acompanhar o seu senhor na morte. Essa prática se chama junshi, e parte do princípio de que um samurai não deve servir a dois senhores em sua vida.
     A obra mais importante em que constam registros sobre o bushidô é o Hagakure (ao pé da letra, "oculto nas folhas"). Data do começo do século XVIII. Foi escrito por Tashiro Tsuramoto, discípulo do famoso mestre Yamamoto Tsunetomo, apesar de suas ordens expressas de não escrever os seus ensinamentos. Nesta obra de 11 volumes foram escritos todos os fundamentos do bushidô, pela primeira vez. Entretanto, não se pode considerar o bushidô como um código de honra escrito por causa desta obra, pois quando o Hagakure foi escrito a classe dos samurais já o seguia há centenas de anos. Ainda hoje o Hagakure é a principal referência sobre o assunto.
     Segundo José Yamashiro, em seu livro "História dos Samurais", são três as principais fontes formadoras do bushidô: Budismo, Xintoísmo e Confucionismo. Entretanto, considerei importante diferenciar o Budismo do Zen-Budismo:
     Budismo - Fornece a calma confiança no destino, submissão pacífica ao inevitável, desapego à vida e destemor da morte. É curioso notar que certos samurais sentiam-se culpados pelo fato de realizarem diversos atos altamente condenáveis pelo budismo, como matar pessoas. Criou-se então entre os samurais a crença de que eles teriam como forma de pagamento pelos seus atos a eterna condição de guerreiros em suas sucessivas reencarnações.
Xintoísmo - Certos princípios morais do Xintoísmo tiveram imensa influência sobre os samurais e sobre o povo japonês em geral. Entre elas: lealdade total ao soberano, reverência à memória dos ancestrais, piedade filial e patriotismo.
Confucionismo - Principal fonte de ensinamentos éticos. As cinco relações enunciadas por Confúcio (entre senhor e servo, pai e filho, marido e mulher, irmão mais velho e mais novo e entre amigos) eram seguidas em sua essência.
Zen -Através da meditação Zen, o samurai tinha por objetivo ficar em completa harmonia com o Absoluto, encontrar o seu verdadeiro "eu"; aprendiam a lidar melhor com as suas emoções e aceitar a vida e as suas reviravoltas com mais naturalidade. Os samurais não procuravam apenas ser ótimos guerreiros, mas também tinham por objetivo serem exemplos de homens perfeitos. É nessa procura que eles encontram o Zen, como forma de alcançar a iluminação. Muitos samurais ao atingirem a velhice retiravam-se do mundo apenas para dedicar-se ao Zen como forma de completar o sentido de suas vidas.
     Ainda hoje o bushidô exerce forte influência sobre o povo japonês; os seus valores e padrões comportamentais são em sua essência um retrato do Japão atual. Muitas atitudes dos japoneses que são incompreensíveis aos nossos olhos encontram significado no velho e tradicional bushidô. Alguns estudiosos citam, por exemplo, a dedicação e lealdade com que os trabalhadores e operários japoneses exercem as suas funções como ideais samuraicos.



Retirado do site: www.osamurai.xpg.com.br 

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